A AT&T anunciou, ontem, que estuda a possibilidade de fazer uma oferta pública inicial de ações (IPO, na siglas em inglês) de sua participação na divisão DirecTV Latin America. Essa unidade detém uma fatia de 93% na Sky Brasil - operadora de TV por assinatura via satélite e banda larga.
O negócio poderia ao mesmo tempo reduzir a dívida gerada pela sua planejada tomada de controle da Time Warner e, talvez, abrir caminho para outras transações
A AT&T estuda vender as ações neste semestre, de acordo com comunicado. A DirecTV foi comprada em 2015, por US$ 48,5 bilhões, com a Sky incluída. A DirecTV presta serviços de TV por satélite nos países do Caribe e da América do Sul, desde a Colômbia até a Argentina. Além da Sky Brasil, possui o controle da Sky México, com 41% do capital.
Os ativos foram avaliados em US$ 10 bilhões. O preço das ações da AT&T permaneceu estável, ontem, na Bolsa de Nova York, em US$ 36,90, ligeira queda de 0,08%.
Embora tenha uma crescente divisão de telefonia móvel no México, a empresa tem-se revelado pouco entusiasmada quanto aos demais ativos latino-americanos.
Os executivos da AT&T falaram, por vezes, em usar as diversas operações de TV na região para fortalecer sua presença na região se a fusão com a Time Warner for aprovada. Mas, ao mesmo tempo, alguns dos governos e economias como os da Venezuela e do Brasil têm apresentado barrreiras à conclusão do negócio.
No Brasil, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), aprovou, em outubro de 2017, a compra da Time Warner pela AT&T com restrições. Para que a fusão seja reconhecida no país, as companhias e a autoridade antitruste assinaram um Acordo em Controle de Concentrações. Por esse instrumento, a AT&T se comprometeu a manter como empresas separadas as programadoras que pertencem à Time Warner, não sendo permitidas trocas de informações sensíveis e que possam implicar discriminação de empresas que não façam parte do grupo.
Registrar a DirecTV como empresa independente poderá ser um primeiro passo em direção ao seu desmembramento ou em a seu emprego como veículo para a aquisição de outras empresas. Estão entre os potenciais parceiros para uma fusão na América Latina estão a Telefónica e a Liberty Latin America, de John Malone.
Na apresentação dos resultados do quarto trimestre, John Stephens, vice-presidente-executivo e diretor de finanças da AT&T, disse que a divisão de negócios internacionais apresentou um trimestre forte, com crescimento de todas as operações. As receitas tanto da DirecTV Latin America quanto do México cresceram 16%. A operação de satélite na América Latina adicionou 139 mil assinantes, para um total de 13,6 milhões, graças aos planos pré-pagos, disse Stephens